As Aves
também Migram
Caras e caros leitores deste blog,
É com uma mescla de muita
satisfação e certa nostalgia que comunico a todos que a autora deste blog que
vos fala passará a alimentar um novo ninho. Sim, em virtude dos novos projetos
profissionais e pessoais, estamos migrando de blog e, claro, com isto, mudando
um pouco de filosofia, inevitavelmente, mas certa de que teremos momentos
inusitados e de muito encanto pela frente!
Contudo, não estou querendo dizer que
se dá por encerrada a vigência desta casa tão cara para mim – mesmo porque,
como já disse por aqui algumas vezes: a inspiração não segue regras, conveniências,
prazos (aliás, o que a poesia mais quer é contrariar normas para fins da nossa
libertação) – mas apenas afirmo que há um novo espaço que será o palco
principal dos meus escritos. E este se chama: www.alibom.blogspot.com.
Embora o nome inspire, devo ainda
dizer que não se trata absolutamente de uma mudança radical de estilo. É
verdade que a nova morada, e tão sonhada morada, tem mesmo uma finalidade de
base comercial, uma vez que se vincula à uma indústria de alimentos em suas
demandas de mercado, como não poderia ser diferente. Todavia se há algo que
nunca poderá se controlar é a rebeldia poética das palavras. Sim, a poesia foi,
é, e sempre será soberana à revelia de qualquer imperativo, das premências
todas, como bem já insisti por aqui muitas vezes.
Devo ainda me antecipar e dizer
para aqueles e aquelas que ainda não estejam bem convencidos(as) da
possibilidade desta conciliação – talvez, pela ousadia do propósito, talvez,
pelo ceticismo mesmo – que teimo em afirmar, sem hesitar um milímetro e
contrariando possíveis prognósticos sombrios, que o nosso www.alibom.blogspot.com dará muito certo. Tem tudo para dar muito certo!
Inclusive, este era um dos objetivos primordiais deste blog, que se chama
“suspiropoema”, não apenas pela dualidade do sentido, mas justamente porque já
se havia imaginado na sua origem que é no cotidiano e no inusitado das
preparações culinárias ou gastronômicas que chegam às mesas dos lares, dos
bares, restaurantes, cerimônias, tudo enfim, poesia vivida (melhor ainda quando
mesclada com muita boemia!).
É ainda algo como afirmar que a
minha prosa, quem sabe, ”poética prosa”, cedeu espaço ao cotidiano por uma
questão de sobrevivência, de conveniência, mas não só isto e principalmente:
por acreditar que só a poesia pode curar o dia a dia de qualquer
desencantamento, ou melhor, a poesia pode dar outro sabor, outro tom, outra cor
a isto que chamam de imediatismos, compromissos, prazos, barganhas, trocas,
comércio, enfim, vida vivida.
Sejam sempre muito bem vindos!
Ana Clara Rebouças