domingo, 10 de junho de 2012


(Reflexos por Joyce B. Freitas)


Notas sobre Estio


Gosto da timidez do céu quando a chuva inconsolável cessa, e o tempo estia, ensolara então. Gosto dos dias cheios de sol manso, gosto de sol tímido, embora a euforia do verão sempre nos encante.

Chova ou faça sol, nas intempéries ou na bonança, temos mesmo é que aprender a amar sem exigências, sem as tais tantas cobranças-enxurradas, lapsos intempestivos, próprios do ato humano, este de amar.

Há sempre de se aprender amor isento, amor sem tanta pretensão. Amor enquanto um sentimento liso, fluido, perene: ensolarado, estio. Amor. Chova ou faça sol: amor sem condição; amor enquanto a mais fundamental condição.

Ana Clara Rebouças

segunda-feira, 4 de junho de 2012

(Por Joyce B. Freitas)

Açúcares

Disse-me o meu amor: você nasceu para mim.

Repliquei: não, não, você foi quem nasceu para mim.

Procedeu-se o direito à tréplica: mas eu nasci antes de você.

Taxativamente: e eu só vim ao mundo com a condição de aqui te encontrar.

Conclusão: o amor subverte o tempo; o amor subverte as ordens.

Ana Clara Rebouças