segunda-feira, 12 de setembro de 2011

(Jabuticaba por Joyce B. Freitas, Salvador-Bahia, 2011)
Disponível em:http://www.flickr.com/photos/joycebfreitas

Pausas, reticências
Prezados(as) leitores(as) deste blog,
É com certo pesar que comunico: durante o mês de setembro, este mesmo que inspira tanto ,haja a vista a primavera, pausaremos as atualizações. Justificativa: excessos. Rotinas, prazos, urgências. Ossos do ofício, o que há de se fazer. Porém, como já disse, a causa é justa, pois estarei nestes próximos dias dedicada a escrever um projeto, com o qual pretendo ingressar no doutorado este ano, se Deus quiser. Também se não o quiser, entenderei; tenho compreendido que, em que pesem os esforços, as coisas, os processos todos acontecem no seu tempo. Gosto de pensar assim.
Pois bem, contando com a compreensão de todos, necessitarei de toda a concentração para decidir e discorrer sobre o que estudar profunda e exaustivamente durante os próximos quatro anos da minha vida. E o blog, aliás, qualquer canto cativo onde repouse o melhor de nós, o mais fino de nós mesmos, merece sempre a melhor das inspirações; e não aquela, resíduo de esforços outros, daqueles pragmáticos e exaustivos, quase sempre.
Porque o blog é dado à fineza dos tempos mais amenos.Dado à alma leve, ou pesada, enfim, alma dedicada. O blog não é uma casa onde podemos contar com a gentileza de um amigo para regar as plantas enquanto se viaja a negócios. O blog é o lugar dos sonhos mais finos, das palavras semeadas e colhidas uma a uma, em tempos de sol, ou de chuva, da terra quando ela arrebenta – a qualquer estação – assim tão cheia de zelos. Afora isto, a poesia não é afeita a turbilhões, a rotinas impactadas, a urgências desesperadas. A poesia é fluida, livre, espontânea. Não adianta forçar.
Por tudo isto, caros amigos, este texto é um pedido de desculpas pela ausência – ausência de sempre, de certo modo, mas mais pronunciada por estes tempos – e a exposição da devida e plausível justificativa. Isto não quer dizer, entretanto, que de repente eu possa ser surpreendida pelo inusitado: a poesia é dada a surpresas, rebeldias, convulsões. Arrebenta quando quer: como terra fértil, com temperança, paixões convulsas, que não respeita prazos, tréguas, qualquer lógica, norma, lei. Poesia é soberana sempre.
Em tempo, conto com a torcida e as boas vibrações nas minhas árduas semeaduras. Até breve e já cheia de saudades!
Ana Clara Rebouças